Resenha: Cartas a Amélia


Boa noite, leitores, como estão? Hoje venho trazer-lhes a resenha do livro Cartas a Amélia, de Pedro Costi, parceiro literário do Depois do Café.
De antemão, digo-lhes que a história de Pierre fez-me ter um novo olhar sobre o mundo, a vida e tudo mais.
Resenha: A história fala de Pierre ou talvez Pierre fale da história. Pierre, o poeta. Em busca de encontrar algo que nem ele sabe, Pierre sai em uma viagem e encontra muito mais do que esperava: encontra a si. Toda história é contada através de cartas, cartas a Amélia, o seu grande amor.
Pierre tem vinte e sete anos e viaja para lugares da França em busca de, como diz "Acho que busco paz. Ou um sorriso".
Na sua vivência, Pierre reflete sobre a vida e o sentido que ela nos é dado. O livro possui 173 páginas de pura poesia. Várias de suas reflexões em meio de seus devaneios chamaram-me a atenção. "E se a loucura for contagiosa, minha querida Amélia, e formos todos loucos? Isso nos torna sãos?".
O dia 1 começa quando Pierre parte de seu apartamento, em algum lugar a oeste, com apenas "alguns pares de meias e um lápis, entre outras coisas indispensáveis ao crescimento humano - como meu kit engraxate. Trouxe meu ioiô. (...) No meu bolso direito, guardei uma caneta e um metro de barbante. No esquerdo, minha carteira e uma concha. No bolso do casaco, um caderno e dois botões reserva. Por quê? Ora, não sei quanto tempo terá minha viagem, e não há desastre maior que perder os próprios botões."
Em sua primeira viagem, Pierre conhece uma senhora chamada Sofia, em que dela ganhou um cachecol e muitas lembranças. Em outra, conhece um louco, em que dele ganhou um corvo e palavras bonitas. Conheceu também Francis, uma estátua viva que lhe deu a poesia em forma de silêncio. Léon, outro grande amigo que conheceu. Este, por sua vez, um músico que carregava em si o dom da melodia. "Cantar com a alma. O segredo. Afinal, o segredo de todas as coisas. Fazê-las com a alma". Encantou-se com Anne, a artista florista que deu-lhe a chance de ver a verdadeira beleza de uma rosa amarela. Conheceu a doce Gabrielle, da qual roubou seu afeto e alguns chás de manjerona e outros de lavanda. A pequena Agnès, não tão pequena quanto sua alma gigantesca. Creio que os ensinamentos de crianças são aqueles dos mais sábios. Conheceu tantas pessoas, todos artistas e poetas da vida. Cada um na sua mais variada imperfeição. Cada um tão humano. Cada um em sua perfeição. "E foi então que decidi, Amélia, que a raça humana ainda tem esperança. O mundo está cheio de poetas, e nem todos desgraçados! Isso me conforta quase tanto quanto teu abraço".
Todas essas partidas, encontros, beijos, abraços, vinhos e Chopin, tudo serviu para o encontro do que Pierre buscava. E tudo isso para encontrar o que eu, mera leitora, nem esperava encontrar. Nessas doces palavras de Costi, encontrei a vida envelopada na poesia. 
"Minha jornada chegou ao fim, minha doce, linda Amélia. Minha poesia está pronta. Minha alma está pronta. Eu estou pronto. Começarei uma nova vida por aqui. Gosto das memórias e da proximidade que a água me proporciona. Gosto de ouvir teu nome".
Houve partes do livro que fiquei abismada com a beleza de cada palavra que meus olhos percorriam. Questionei-me, do início ao fim, sobre a existência de Amélia. As cartas, das quais ainda não haviam sido enviadas, estavam ali, quietinhas esperando a hora de mostrar sua beleza. 
Sobre Cartas a Amélia? Leia e, somente depois, perceba a graça de toda a vida e o sentido que nós, humanos-poetas ou poetas-humanos podemos lhe dar.
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2 comentários:

  1. Nossa esse livro perece ser tao apaixonatemente apaixonante que eu um dia vou compra-lo ou ate pegar emprestado de alguem que tenha , parece ser muito bom e amei seu blog e estou seguindo Sra.Weasley

    Imperfect Girl

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    Respostas
    1. É muito muito apaixonante, recomendo muito!
      Muito obrigado, flor.
      Grande beijo.

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